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[RESENHA] Medicina dos Horrores


Olá Leitores!

Páginas: 320 | Editora: Intrínseca | Autora: Lndsey Fitzharris | Ano: 2019

Medicina dos Horrores foi um livro que relutei bastante em ler pois se trata de uma leitura totalmente fora do meu estilo literário. Ele é uma não-ficção e fala sobre métodos cirúrgicos do século XIX, como eram os procedimentos, e sobre o cirurgião que revolucionou as práticas cirúrgicas.

O assunto não é meu forte e foi a primeira vez que li algo relacionado à medicina. O livro possui uma escrita totalmente histórica. Lembra bastante leituras envolvendo fatores discorridos de forma dinâmica. Naturalmente, para o livro possuir um título tão assustador, há um motivo, e a constatação disso está nas primeiras páginas da leitura.

"Numa época em que os cirurgiões achavam que o pus era parte do processo curativo, e não um sinal sinistro de sépsis, a maioria das mortes decorria de infecções pós-operatórias."
Medicina dos Horrores faz jus ao que a leitura integra. Logo de início vemos como era a realidade da cirurgia no século XIX. Para mim, foi um choque. Estou tão acostumada aos médicos e hospitais da atualidade, com procedimentos limpos e tecnologia a nosso favor, que não imaginaria que a apenas alguns séculos atrás, a medicina era tão cruel.

Se fosse para definir como eram feitas as cirurgias seria justamente isso, cruéis. O livro conta como eram feitas cirurgias até mesmo sem anestesia, e isso era considerado um procedimento avançado. Logicamente havia uma taxa altíssima de pacientes que não sobreviviam a isto.


"Os hospitais eram conhecidos como 'Casas da Morte'."
Após meu primeiro choque sobre esta realidade, a coisa toda pareceu tão ridícula que poderia ser considerada risível. Contudo, pensando mais um pouco sobre o assunto, conclui que só avançamos tanto no quesito tecnologia e procedimentos cirúrgicos, graças aos nossos antepassados e a esta medicina dos horrores.

É estranho constatar que naquela época não existia tanto a valorização da cirurgia por parte da sociedade. Hoje em dia essa é uma profissão tão valorizada e digna da alta sociedade e anos atrás, poderia ser considerada um trabalho braçal.


"O cirurgião era comumente visto como um trabalhador braçal, que usava as mãos para ganhar a vida, tal qual um chaveiro ou um bombeiro hidráulico hoje em dia."
Para quem tem estômago fraco, não recomendo a leitura. O livro não possui ilustrações ou fotos (senti muita falta de ambos). Entretanto, há inúmeros relatos reais de procedimentos macabros que aconteciam e eram considerados normais. As cirurgias eram feitas com as pessoas acordadas e em poucos minutos.

Por sorte, avançamos na ciência e o livro acompanha esse processo evolucionário da era vitoriana. Sabendo que a cirurgia foi tão arcaica, no século XIX, houve uma pessoa que revolucionou as práticas cirúrgicas. O livro tem grande foco nisso e relata toda a vida de Joseph Lister, que teve um papel fundamental para o futuro da cirurgia.

É realmente necessário acompanhar sua vida para termos uma noção mais ampliada de como ele conseguiu chegar até onde chegou. Passamos também por grandes nomes do mundo da cirurgia, inclusive os primeiros experimentos com anestésicos.


"Os métodos de Lister transformaram a cirurgia, que passou de medicina dos horrores a ciência moderna."
Não vou dar spoilers sobre as contribuições de Lister, para preservar você da surpresa. Todavia, fiquei muito surpreendida pelos seus feitos e por bater de frente com grandes nomes para defender suas ideias.

Por incrível que pareça, os cientistas mais renomados ainda tinham muita ignorância sobre a própria ciência. Não é a falta de conhecimento que me deixou embasbacada, e sim o ceticismo em aceitar novas teorias e a relutância em querer conhecer mais sobre o mundo.

De um modo um tanto estranho, a ciência avançou e empacou por causa de pessoas do ramo. O livro nos mostra um lado da cirurgia bem cruel e desumano. Hoje em dia, processos simples poderiam ser considerados revolucionários ou bruxaria por serem desconhecidos.

Medicina dos Horrores tem muito embasamento científico e histórico. O livro tem pouco mais de 300 páginas, mas o relato termina bem antes disso. Ele contém um glossário e um arquivo enorme de referências bibliográficas. Claramente houve muito estudo envolvido, para um livro tão bem construído.

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2 comentários:

  1. Primeiramente, que capa linda! A Editora Intrínseca está de parabéns quanto à edição, pelo visto. Eu me interessei demais pela leitura e tenho um ótimo estômago para isso, acho que vou adicionar à minha lista de desejados haha.

    Abraços!
    www.acampamentodaleitura.com

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  2. Oi, Leyanne como vai? Que resenha maravilhosa, parabéns! Sua foto com o livro em mãos e uma caveira na outra mão ficou espetacular. Quanto ao livro eu particularmente tenho por hábito ler obras do gênero, muito embora não seja o tipo de leitura de minha preferência,mas essa obra especificamente despertou meu interesse por lê-la justamente pelo fato de ela possuir Ciência embutido na trama, pois gosto do tema. Amei sua resenha e sua foto também. Abraço!


    https://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/

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