[RESENHA] Bruxa Akata [Lirvo #1]

Olá Leitores!

Páginas: 319 | Autora: Nnedi Okorafor | Editora: Galera Record | Ano: 2018 | Gênero: Fantasia urbana, Infanto-juvenil | Tradução: João Sette Câmara

Ler obras que citam culturas distantes da minha é sempre um prazer. É importante que saibamos que a cultura diz muito sobre um povo e respeitá-la diz muito sobre nós. Ler livros com essa temática nos ajuda a normalizar que pode existir várias visões sobre um determinado assunto e tudo bem.

Bruxa Akata é uma leitura baseada na mitologia africana. O livro se passa na Nigéria, e é composta por personagens negros. Temos uma representatividade étnica negra enorme, e ainda acompanhamos a cultura nigeriana inserida na história. É um dos poucos livros que tive o prazer de ler em que a maioria dos personagens era composto por personagens negros.

O livro acompanha Sunny, que é uma criança nascida nos EUA, porém seus pais são nigerianos, e agora ela mora na Nigéria. Sunny é uma garota albina, que mesmo tendo a cor pálida, carrega traços herdados de seus ancestrais, e foi criada dentro da cultura deles.

Sunny é uma criança que sofre bullying na escola, mas ela enfim conhece alguns amigos que mostram magia a ela. Segundo eles, Sunny é uma pessoa-leopardo, que tem dons mágicos. Esse é um termo que não sei se faz parte da mitologia africana, ou se é totalmente ficcional.

Preconceito gera preconceito, sabe? O conhecimento nem sempre evolui para a sabedoria.

Sunny então passa a conhecer mais sobre si e essa misteriosa herança  mágica. Toda a explicação sobre magia, descendência, entre outras coisas, ficou confusa para mim, principalmente vendo tudo ocorrer pelos olhos de Sunny. Os termos sobre esse universo também são vagos e nem todos são explicados.

Talvez seja intencional essa subjetividade em descrever a magia, sua origem e etc. Mas acabei ficando curiosa com os termos que são pouco explicados. Foi um choque cultural ler a obra. Conheci várias coisas que ainda não havia visto. O vocabulário tem várias palavras nigerianas, e acabei me perdendo ao tentar acompanhar elas dentro do contexto.

Gostei muito do companheirismo e dos personagens do livro. São crianças que carregam um ar aventureiro e sempre prontos para mais. Por vezes teve situações que não gostei de atitudes de alguns deles, contudo isso se deve a idade precoce deles, e todo o contexto do livro.

A leitura faz menções ao racismo, assim como outros tipos de preconceito. Um dos melhores pontos da obra, para mim, foi toda a ambientação mágica em cima da mitologia africana. Confesso que conhecia pouco, e a proposta do livro é boa, então tirei muito proveito disso. Infelizmente me perdi em alguns pontos, e isso acabou prejudicando um entendimento melhor sobre o livro.

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