[RESENHA] Mulheres Extraordinárias: As Criadoras & A Criatura

Olá, leitores!

Páginas: 624 | Autora: Charlotte Gordon | Editora: Darkside Books | Ano: 2020 | Gênero: Ficção | Tradução: Giovanna Louise Libralon | Classificação indicativa: livre

Amo tanto a história da Criatura de Frankenstein que não cabe em mim mas nunca havia me passado pela cabeça conhecer um pouco mais da sua autora, sua história. Todo mundo que conhece a obra original sabe que ela se chamava Mary Shelley mas só. O tamanho do livro por si só já me assustou assim que chegou porque é um belo calhamaço mas a história é tão profunda e vai tão além que não me cansou.

Mary Shelley e Mary Wollstonecraft foram mulheres incríveis, de voz e também mãe e filha que não chegaram a se conhecer já que Mary Wollstonecraft faleceu pouco após dar a luz a sua filha que sempre se inspirava no trabalho da mãe.

A mãe foi autora de uma obra impactante da época chamada Reinvindicações dos Direitos da Mulheres que foi publicada no ano de 1792. Naqueles tempos o papel da mulher na sociedade era bem diminuto, então escrever tal obra fez dela uma das primeiras feministas conhecidas. Uma obra que buscava a igualdade de direitos para as mulheres, educação e independência desafiava vários dos costumes da sociedade naqueles tempos. Uma mulher com pensamentos "futuristas" já que também era abolicionista. 

Uma das coisas que mais gostei da obra foi de ver como a educação foi importante na vida de ambas, principalmente de Mary Wollstonecraft, já que foi com ela que conseguiu escapar de um lar abusivo e tempos depois ingressar no ramo de traduções. Mais ou menos nessa época, iniciou a sua carreia no ramo literário após frequentar círculos sociais mais intelectuais.

As lutas e percalços de sua mãe foram essenciais para transformar Mary na mulher que se tornou. Teve uma educação ótima e em muito se assemelhava a mãe. Foi incrível saber mais sobre as duas. Eu nem ao menos conhecia Mary Wollstonecraft e pouco sabia sobre a vida de Shelley então conhecer sua história e todos os percalços que tiveram que enfrentar em uma sociedade extremamente machista (Shelley não teria conseguido ao menos publicar Frankenstein em um mercado e sociedade predominantemente masculino se não fosse sua força). A forma como mãe influenciou filha mesmo sem as duas nem ao menos terem se conhecido é bonito de ler. 

Ainda estou surpresa de não ter tido nenhum conhecimento antes sobre ambas mulheres tão importantes e que lutaram tanto pelos direitos femininos mostrando que mulheres podem sim serem donas de suas vidas e tomar decições importantes. Me deixou com vontade de ler novamente "Frankenstein" agora sabendo melhor sobre sua autora e sobre como ela era incrível.

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