[RESENHA] As Crônicas Lunares: Cinder [Livro #1]
Cinder é uma adolescente ciborgue, também mecânica, que sabe pouco sobre suas origens. Ela foi criada por uma madrasta que fica com todo lucro de seu trabalho, e também tem duas meia irmãs. A história de Cinder é apenas o primeiro volume de uma série bastante elogiada que queria conferir por mim mesmo como seria.
A autora cria uma Terra mais evoluída, utópica, mas com algumas questões pendentes a resolver. Esse universo se ambienta perfeitamente na releitura em questão. Cinderela é uma história dos clássicos dos contos de fadas, que hoje ainda é muito comentada. Cinder tem pontos extremamente parecidos com Cinderela, mas preserva uma originalidade incrível em seu universo de ficção científica.
Em minha primeira impressão sobre a obra, quis pegar o máximo de referências possíveis para comparar com a história de Cinderela. A protagonista é um ponto forte da leitura, tendo muitas revelações a seu respeito. Cinder tem traços orientais e vive onde em seu tempo é chamado de Nova Pequim. Ela trabalha em um estante simples como mecânica. Por mais que seja jovem, é considerada uma das melhores mecânicas do país, e por esse motivo um cliente importante surge na esperança de que ela conserte seu androide.
O cliente é o príncipe, o futuro imperador Kai. A presença dele é o primeiro indicativo de que a história tem um desenvolvimento rápido. Cinder logo se envolve com a resolução do problema do androide, mas outras coisas roubam sua atenção nesse ínterim. Em comparação com a história original de Cinderela, a relação de Cinder com sua madrasta é bem parecida, e o mesmo ranço que sempre tive da personagem perdurou por aqui.
O único membro de sua família que tem uma boa relação é sua meia irmã mais nova, mas mesmo assim algo que acontece no decorrer da trama desestabiliza essa relação, causando algo irreparável, e também crítico para Cinder. A nova realidade desse universo, trazendo novas tecnologias, entre outras inovações, mostra o quanto o ser humano avançou, e o quanto regrediu nesse meio tempo. Houveram guerras que são mencionadas em uma conversa e outra na história, causadas por decisões que custaram muito à humanidade. Eu sempre gosto de que uma trama futurística traga as questões envolvendo o impacto humano na Terra, e encontrei bastante disso por aqui.
Com as evoluções, o que era de se esperar se tratando de melhorias no corpo humano, não foi como eu imaginei. Cinder, uma ciborgue, é tratada como uma pária por ter comprometido bastante de seu corpo em algum acidente misterioso e por isso tem próteses no lugar de alguns membros. Embora seus membros de aço sejam mais resistentes, a sociedade trata ciborgues como seres inferiores, como se, ao perder algum membro de seu corpo e for substituído, também perca mais de sua humanidade.
Desde o início achei isso ridículo e foi só piorando conforme Cinder foi rebaixada por ser quem é. Até mesmo sua relação com o príncipe, construída aos poucos devido a encontros espontâneos, Cinder esconde que é uma ciborgue e sua relação familiar, causando ainda mais tensão e medo por esse segredo ser revelado em um momento errado.
Em relação a expansão desse universo, o que inicialmente me intrigou na história, foi o motivo da série se chamar As Crônicas Lunares se a perspectiva de seres lunares estava distante. Na obra, como muitas surpresas são apresentadas, também vemos que a lua tem habitantes e que possuem habilidades curiosas. O envolvimento entre terráqueos e lunares nunca foi bom, e isso se estreita conforme a rainha Lunar busca uma aliança com a Terra. Aos poucos a conexão entre os personagens foi fazendo mais sentido, assim como o por que da série se chamar assim.
Cinder tem um papel importante em toda a trama, e minha afeição pela personagem se consolidou bastante depois de conhecê-la mais. É uma excelente história, que senti ter lido exatamente quando eu precisava. Ao contrário dos contos de fadas, esse não é um livro que fecha na história a Cinderela, é apenas o início e creio ainda ter muitos personagens e revelações por vir.
O livro tem bastante tempo desde que foi lançado, mas um ponto se destacou para mim por ser um pouco parecido com a pandemia que estamos vivendo desde 2020. Na história, o mundo inteiro é assolado por uma doença chamada letumose, e infelizmente ainda não se sabe as razões e uma cura para ela. O que se sabe é que é fatal e transmissível. O quadro de pessoas doentes aumenta consideravelmente na história, causando uma sensação de desespero que senti mesmo distante. Não pude deixar de sentir um pouco de aflição com esse retrato.
A história tem uma construção de qualidades incríveis que é fácil de se envolver. É também uma ficção científica simples, focando na maioria das vezes em Cinder, e outras vezes em Kai, o príncipe herdeiro. O enredo fica mais completo conforme avança, portanto não há uma sobrecarga de informações. É um início de uma história extremamente cativante com um ótimo desfecho para fisgar o leitor.
Oi, Leyanne. Como vai? Este livro me parece ótimo, não é mesmo? Que bom que gostou da obra. Ótima resenha. Abraço!
ResponderExcluirhttps://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/
Uau, a capa desse livro é maravilhosa e a história também parece ser muito boa! <3
ResponderExcluirwww.kailagarcia.com
Oi Leyanne, já faz um tempo que eu li Cinder e esse seu paralelo com a doença da história com o que estamos vivendo hoje fez minha cabeça explodir!
ResponderExcluirAinda não li o restante da séries, mas fiquei muito curiosa como o Levana vai se relacionar com os personagens dos próximos volumes.
Abraços
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