[RESENHA] Rastro de Sangue: Príncipe Drácula [livro #2]

Olá, leitores!

Páginas: 424 | Autora: Kerri Maniscalco | Editora: DarksideBooks | Ano: 2019 | Gênero: Mistério, Ficção histórica | Tradução: Ana Death Duarte | Classificação indicativa: +14

Leia a resenha de Jack, o Estripador AQUI.

Esta resenha pode conter spoilers do volume anterior.

A série de livros Rastro de Sangue começou com um mistério sobre o Jack, o Estripador, e neste segundo volume o leitor é transportado diretamente para a Romênia, ainda no ano de 1888, bem quando Audrey Rose e Thomas Cresswell irão estudar em uma escola forense. Príncipe Drácula é uma leitura mais extensa, e como a ambientação se passa na Romênia, é fácil identificar referências sobre Drácula, entre outras menções que envolvem essa criatura misteriosa.

A leitura inicia-se poucos dias após o desfecho do primeiro volume. Audrey e Thomas estão em um trem em direção ao seu destino quando algo trágico acontece durante a viagem: um corpo é encontrado, mas não há indícios do motivo da morte, bem como a causa da mesma. Audrey é imediatamente compelida a tentar encontrar respostas, mas também se vê assolada pelo luto, devido a perda de um ente que ocorre ainda em Jack, o Estripador.

Os monstros estão nos olhos de quem os observa. E ninguém queria descobrir que seus heróis eram os verdadeiros vilões da história.

Sua perda é diretamente ligada aos acontecimentos iniciais da série, e perdura ainda por muitas páginas nessa sequência. Audrey é bastante expressiva, e seus sentimentos são abertos ao leitor, que pode também se imaginar em seu lugar, entendendo mais sobre a situação. Enquanto isso, Thomas passa a ser um companheiro bastante fiel, que a segue não somente pelos estudos em comum, mas também aos mistérios que ambos se veem envolvidos.

Esta sequência continua sombria em vários pontos, e dá ao leitor muitas informações sobre o lugar que os personagens estão, como também a cultura e costumes envolvidos. Eu mesma não conhecia muito bem sobre Drácula, então me vi imersa na história, aprendendo mais sobre linhagens, e superstições acerca dessa figura.

Os romenos nunca fazem nada sem convicção, sem apostar seu coração inteiro nisso, Wadsworth. Seja ir para a guerra ou lutar por amor.

Os protagonistas têm novos desafios a enfrentar, que os moldam tanto individualmente, como contribuem para que a relação deles melhorem. O próprio estudo forense é um deles, mas esse assunto é um pouco desfalcado em alguns momentos pelo mistério ser mais urgente. Acho bem curioso como os acontecimentos passam a ser mais "pessoais" para a protagonista, de modo que ela não vê outra forma de passar por eles a não ser enfrentando-os.

Mais uma vez, essa é uma história que tem fundos reais, e um ar sombrio permanente. A visita pela Romênia foi bem melhor do que eu imaginava, e também gostei bem mais do que a obra anterior. Também demorei bastante para conseguir juntar as peças, o que tornou a história mais interessante. Assim como é comum na narrativa, pontos importantes para a época e hoje são discutidos com ótimos exemplos.

A leitura conta com personagens LGBTQ+ que me surpreendeu bastante positivamente. Até então eu não sabia que haveria personagens com representatividade envolvidos, mas foi uma excelente adição, que coloca em evidência como essa relação era abominada na época. Dos novos personagens que aparecem na leitura, a maioria deles me cativou, portanto essa foi uma experiência ainda mais proveitosa.

A relação entre os protagonistas Audrey e Thomas se torna mais estreita durante a leitura. A interação deles é uma das minhas partes favoritas do livro, porque o sarcasmo de Thomas é ótimo, e o modo como Audrey se sente em relação a ele é ainda melhor. Embora o relacionamento deles seja lento e cuidadoso, é possível notar que aos poucos as provocações feitas de um para o outro vai ficando mais séria. Audrey tem suas próprias objeções sobre casar, por isso surgem algumas discussões sobre o papel da mulher na sociedade, assim como ter um companheiro.

Nossos corações são coisas curiosas.  Tão sentimentais e passíveis de ser transviadas. Puxe as cordas certas, ou rompa-as, e puff! O amor estrangula a inteligência, e isso acontece até mesmo com os melhores de nós.

Príncipe Drácula é um livro maior que o anterior, mas me conquistou bem mais. A história me transportou de vez através das páginas e se eu ainda não tinha me rendido a esse livro, com certeza fiquei dessa vez. A história transcorre em um curto período de tempo, e tem um conjunto de elementos que nos faz grudar nas páginas. A escrita da autora ainda me deixa com dificuldades, mas acho que consegui me acostumar mais com ela.

O desfecho e as revelações me deixaram animadas por uma continuação, e essa foi uma história que fiquei feliz em insistir. Com certeza pode agradar fãs de crimes macabros e histórias com romances e mistério.

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