[RESENHA] A Chama Prateada

Olá, leitores!

Páginas: 345 | Autor: Ytalo Andrade | Ano: 2021 | Fantasia, Aventura | Classificação indicativa: +14

Clara é uma ladra e, junto de seus irmãos adotivos, mora com seu tio que os obriga a roubar para pagar pela moradia. A situação não é nada boa, e as condições em que as crianças se encontram dão um aperto no peito. Junto com o descaso que tem que se sujeitar para sobreviverem, o tio ainda os pune de maneira agressiva. Com apenas treze anos, Clara os protege como pode, mas sabe que isso não pode continuar por muito tempo.

Em mais um dia na ilha em que vive, Clara encontra uma oportunidade de roubar um objeto que pode valer bastante, assim podendo livrar as crianças da ira do tio. O objeto é uma espada que parece cara e antiga. Ao chegar em casa para apresentar a nova aquisição ao tio, a menina vê seus irmãos em condições horríveis e decide que aquilo precisa acabar. Enfrentando o tio logo em seguida, Clara descobre algo incrível sobre a espada que tem em mãos.

Aparentemente, o objeto pode se comunicar com ela, assim como passar algumas de suas lembranças e habilidades para a menina. Com uma nova oportunidade à vista, Clara consegue um sinal de esperança com sua nova espada, podendo também conseguir uma vida melhor para ela e seus irmãos. Em meio a mais descobertas, Clara entra em um consenso com a espada para que juntas possam ir atrás de um artefato que pode dar exatamente o que ambas querem.

O que irão buscar a seguir se chama A Chama Prateada e, juntas, a menina e a espada, nomeada Liz por Clara, saem em uma aventura para conseguirem o que querem. O que pode complicar as coisas para ambas, é que outros também seguem sua própria busca, mas diferentemente delas, procuram a espada. Entretanto, como Clara agora é portadora do objeto, também se torna um alvo.

Liz, a espada, é um ser misterioso de propriedades que descobrimos juntos com a protagonista. Seu uso e poder é conservado para o portador atual da espada. Liz pode ser considerada um objeto, mas nas mãos de Clara ela adquire uma nova importância, como um grau maior de companheirismo e sentimentalismo. Os obstáculos em torno de Clara tendem a aumentar no decorrer dessa aventura, e suas ações me fizeram pensar em quão corajosa e íntegra a personagem poderia ser.

Diante de todas essas dificuldades, é possível imaginar quão brutal pode ser o mundo para uma criança, especialmente uma de posse de um objeto tão cobiçado. Clara teve uma importância crescente para mim também perante sua luta e perseverança. A ladra se depara com pessoas maldosas e traiçoeiras, mas se refugia em sua própria busca.

A amizade crescente entre a menina e a espada também é um ponto bem explorado. O enredo foi bastante atrativo, com cada obstáculo dando um aperto no coração e me fazendo torcer ainda mais para que Clara conseguisse alcançar seus objetivos. A menina narra boa parte da história, mas outro personagem em busca da espada também aparece bastante, o que mostra sua importância para o destino final do livro.

É bem possível se emocionar logo no início, mas a intensidade aumenta ao acompanhar a personagem. A história tem bastante aventura, mas o significado do percurso para Clara é o que torna o simbolismo da busca maior. Amizade, companheirismo, amor e esperança são bastante presentes, transbordando também para o leitor. Clara passa por bons bocados que podem ser demais, mas só mostram como ela é forte. Com uma mensagem e protagonista incrível, o livro foi especial, a leitura surpreendente, deixando boas reflexões e um sentimento confortável no fim.

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