[RESENHA] Cordilamente Cruel [Livro #1]

Olá, leitores!

Páginas: 397 | Autora: Maureen Johnson | Editora:  Harper Collins | Ano: 2019 | Gênero: Mistério, Infanto-juveil | Tradulção: Paula di Carvalho | Classificação indicativa: +14

Escolas podem ser famosas por vários motivos: acadêmicos, graduados, times esportivos. Mas não deveriam ser famosas por assassinatos.

Cordialmente Cruel é o primeiro volume de uma série de mistério e investigação para jovens e adolescentes. Boa parte da história se passa no Instituto Ellingham, um colégio famoso e solitário fundado há várias décadas. A instituição é dedicada principalmente a jovens com grande potencial e toda a educação é gratuita.

Stevie Bell foi aceita no colégio por sua busca desenfreada para saber o que realmente aconteceu com a família Ellingham, fundadora da instituição. Na década de 1930, quando o Instituto foi criado, a mulher e a filha do fundador foram sequestradas. Dias depois o corpo da esposa é encontrado, enquanto a filha está permanentemente desaparecida. Stevie se dedica há tempos para desvendar o que ninguém conseguiu e assim foi aceita ao colégio, ficando mais próxima de novas evidências.

Cordialmente Cruel é, principalmente, para quem também adora um bom mistério adolescente. Stevie é aquela protagonista reservada e obstinada que tem pistas bem exploradas e está disposta a resolver todo o mistério. Mas, assim como ela, outros personagens são apresentados na história, embora nenhum esteja na escola para fazer o mesmo.

É preciso encarar os fatos como eles são, e não como você ouviu que eles deveriam ser.

Enquanto a protagonista é envolta em mistério, outros alunos são perspicazes em outras áreas, como engenharia, escrita, programação, etc. Stevie logo inicia uma amizade com dois alunos que já tinham entrado em contato antes: Janelle e Nate. Apesar de ficar bem próxima dos personagens, também há outros integrantes na história e que são, de certa forma, também próximos de Stevie.

As aulas no instituto são bastante curiosas e, assim como a protagonista, me vi envolvida com o cotidiano no colégio. As pistas as quais a protagonista trabalha não são súbitas, mas trazem bastante esclarecimento sobre o que a personagem vem se dedicando esse tempo todo. Em paralelo a sua visão, há um retrocesso na narrativa desde que o desaparecimento dos Ellingham começou.

O ângulo muda de presente para passado com frequência, de modo que os indícios são mais claros e as descobertas se correspondem com as de Stevie. Embora esse mistério seja o que me ganhou na história, há questões políticas que giram em torno dos personagens, especialmente de Stevie e seus pais. Ambos têm idealismos políticos diferentes. Os pais trabalham para um político de índole duvidosa, sendo mais retraídos, conservadores, tendo uma relação distante da personagem.

O cenário da história fez minha imaginação tentar compor toda a opulência do castelo de Ellingham e conjecturar várias soluções. A obra tem uma grande fonte de referência a outros mistérios e detetives da literatura, como Sherlock Holmes. Algo curioso sobre a história é o sobrenome da personagem Stevie Bell, que faz referência a Joseph Bell, um famoso cirurgião que foi inspiração para o personagem de Sherlock Holmes.

Evidentemente todas essas informações me deixaram empolgada com a leitura. O próprio mistério de Ellingham no ponto de vista atual dispõe de muita informação com que possamos trabalhar. O cunho juvenil da obra deixa a escrita rápida e envolvente. Justamente por isso senti as páginas voarem. Já fazia um tempo que queria ler algo da autora, mas não me imaginei apegar tanto.

Alguns pontos em destaque no livro que podem despertar o interesse de amantes de mistério são: protagonista, pontos de vista, clima juvenil, romance, grandes descobertas. O romance mesmo não foi meu tópico favorito por estar em segundo plano e não ter grandes progressos aqui. Contudo, não deixou de me impressionar com as revelações que o acompanhou.

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