[RESENHA] Um Estranho Sonhador [livro #1]

Olá, leitores!

Páginas: 540 | Editora: Universo dos Livros | Autora: Laini Taylor | Ano: 2019 | Gênero: Fantasia, Young Adult, Romance | Tradução: Eloise de Vylder | Classificação indicativa: +14

Lazlo não tinha nada, nem uma única coisa, mas desde a primeira vez que ouviu histórias, elas pareciam sua própria reserva de ouro.

Lazlo Estranho é um bibliotecário e sonhador. Ele possui características que foram impossíveis não me identificar, desde seu amor por livros, até manias em geral. Sua personalidade é encantadora, e constrasta com sua aparência um tanto bruta. Ele também é órfão, foi criado por monges e hoje trabalha como bibliotecário.

Lazlo tem um sonho de visitar e finalmente saber o mistério da cidade de Lamento. Algo grandioso deve ter acontecido neste lugar, mas nos dias atuais, para Lazlo, é algo que pouca gente comenta e possivelmente nunca existiu. Ao ver uma chance de conhecer a cidade perdida, ele se junta a um guerreiro em sua caravana para desvendar seus mistérios.

A jornada não é cansativa e só torna o mistério da cidade ainda maior. Os integrantes da jornada são o que contribuem para isso. A leitura se divide na visão de Lazlo e de outra personagem, Sarai. Ela exala mistério e também está presente no prólogo do livro. A combinação dessas informações inciais me fizeram logo ler o livro, mas foi realmente esse prólogo que acabou comigo assim que iniciei a leitura.

Nele, há um possível spoiler que posso definir como desesperador. A autora entrou naquela de soltar uma informação decisiva sem contexto e ver seus leitores (no caso, eu) se matarem de preocupação para descobrirem como isso irá se desenrolar. Por mais isso possa soar como mazoquismo, outros pontos me conquistaram logo de cara, como a escrita e história .

Mas os heróis também são homens - e mulheres - e vítima de problemas humanos como todo mundo.

Me identifiquei logo com Lazlo, me vi instigada sobre a cidade de Lamento, e muito curiosa sobre qual o contexto do acontecimento do prólogo. A escrita da autora é tão gostosa que eu poderia passar horas falando sobre isso. É tão tal, que boa parte da história se desenrola sem diálogos, mas a forma poética e melancólica como é escrita, não me incomodaram.

Na verdade, essa melancolia também vai para a lista das coisas que mais gostei na história. A autora descreve os personagens de uma forma apaixonante. Os sentimentos dos mesmos são descritos dessa forma, o que os torna intensos.

A interação entre os protagonistas demora um pouco para acontecer, mas como disse, a escrita é tão boa que isso passa rápido. A partitr da primeira interação, os sentimentos e acontecimentos são mais urgentes, com mais material para o leitor desenvolver teorias.

Embora eu tenha tido uma lista extensa para cogitar o final, e o prólogo tenha me preparado para ele, nem de longe eu teria advinhado o que aconteceu ou sequer acreditado. As revelações foram boas, o contexto digno de puxar os cabelos de desespero. E a mitologia envolvendo a trama é magnifica.

O mundo era um massacre. Ou você o sofria ou o infligia.

Os vilões tem um desenvolvimento maravilhoso, mas nem posso realmente descrevê-los como vilões. É algo intrincado de explicar de forma corrida, e muito bem enredado em séculos de acontecimentos tiranos. Dependendo do lado em que você olhar, ambos os lados estarão errados e haverá motivos para agir de forma crítica, mas é algo muito tenso e tênue para se aventurar de forma superficial.

Alguns aspectos políticos me lembrou A Cidade de Bronze, pela tirania e abusos por anos a fio, sobrando apenas inocentes para pagar as consequências. A obra é intensa, causa desconforto em algumas descrições, raiva em outros, e mantém o coração do leitor constantemente apertado. Mas continua sendo uma leitura que recomendo por ser maravilhosa.

Tive a oportunidade de ler pelo kindleunlimited, e recomendo desde já para quem assina por ser uma ótima opção de leitura.

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