3 Motivos para ler: CINEMA PANOPTICUM, de Thomas Ott

Olá, leitores!

É incrível como muitas vezes somos pegos de surpresa com certas leituras. Isso normalmente (ao menos comigo) acontece quando pensamos que já lemos de tudo. Para quem acompanha os meus posts por aqui, já deve ter notado o quanto sou fã do gênero de horror e de terror há muitos anos e por ser um gênero relativamente popular tanto na literatura quando no cinema, é difícil que algo realmente surpreenda já que nos últimos tempos tais obras tenham ficado mais repetitivas.

Fui pega de surpresa com essa obra aqui, principalmente pela sua estranheza. Tanto foi isso, que não consegui pensar em uma melhor forma de falar sobre ela sem ser em um post de motivos para ler, já que apesar de bem diferente, ela é única e uma leitura válida para fãs das obras mais antigas do gênero:

AUSÊNCIA DE DIÁLOGOS

A primeira coisa que notamos quando iniciamos a leitura é a ausência de diálogos e balões de pensamentos. O autor passa toda a mensagem através das ilustrações, ambientações mais sombrias e traços pesados de preto e branco. As únicas palavras ali são as dos letreiros e mesmo assim são bem escassas. A história se inicia com uma garotinha em um parque de diversões que possui apenas algumas poucas moedas e que por ter poucos centavos, acaba indo parar no Cinema Panopticum que possui cinco máquinas (uma para cada moeda que ela tem) que passam um curta por um centavo, introduzindo maravilhosamente a história.

EXPRESSIVIDADE

Justamente por não ter textos e diálogos, os personagens são bem expressivos e cabe ao leitor se atentar a isso para perceber os sentimentos e a mensagem que está sendo passada para quem lê. Devo dizer que é bem possível que os diferentes leitores tenham diferentes interpretações para o que foi lido. A cada quadrinho vamos ficando mais presos até o desfecho que geralmente é impactante e bizarro.

BIZARRO

Tanto a narrativa quanto as imagens são igualmente bizarras e não falo isso como algo negativo. As histórias têm um estilo mais noir, com bastante contraste entre o preto e branco feitos pelo próprio autor usando um estilete na folha escura. O efeito é bem único e fantasmagórico, diferente de tudo o que já li e que cria um visual rasgado e cru, combinando totalmente com a narrativa que puxa para o horror, em alguns momentos com uma pitadinha de comicidade, deixando o leitor curioso pelo que está por vir mas também incomodado, já que a obra nos deixa com a sensação de que somos voyeurs de tudo.

Se você gosta de HQs de horror bem bizarras e de estilo único, essa é uma ótima pedida que acaba bem rápido e deixa o leitor ansioso por mais. Admito que se não estiver acostumado a obras de horror (não falo de terror), talvez essa não te agrade muito já que é bizarra e vai talvez te deixe incomodado, mas nunca se sabe.

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