[RESENHA] Manual de assassinato para boas garotas

 

Olá, leitores!

Páginas: 448 | Autora: Holly Jackson | Editora: Intrínseca | Gênero: Thriller Policial, Suspense, Mistério | Tradução: Diego Magalhães e Karoline Melo | Classificação indicativa: +14

Não tem como eu começar essa resenha sem dizer que não esperava absolutamente nada dela. Esse é um livro que eu tinha ouvido falar mas admito que não havia me chamado a atenção e olha que tenho andado bem naquela "vibe" de ler thrillers. Achei que seria uma leitura bem superficial e boba mas agora estou aqui para dizer que paguei a língua já que foi uma leitura bem melhor do que eu esperava.

Todos em sua órbita ficavam tão encantados que não notavam a maldade à espreita. Não até que fosse tarde demais.

Andie Bell era a típica estudante linda e popular que infelizmente foi morta por seu namorado, Sal Singh, que cometeu suicídio pouco tempo depois desse crime que chocou a população da pequena cidade no ano de 2012. A protagonista, Pippa Fitz-Amobi é uma estudante que está prestes a se formar no ensino médio e decide fazer um trabalho de conclusão de curso sobre esse crime, já que a versão dos fatos que foi dada pela polícia não convenceu a jovem, que acredita na inocência do namorado de Andie.

É claro, como em todos os suspenses onde a protagonista acaba indo atrás de respostas que não deveriam ser descobertas, ela percebe que sua vida pode estar em perigo e fica sabendo de segredos absurdos sobre os personagens. 

Havia algo na ponta de sua língua, despontando em seu cérebro. Um pensamento vago: suave, pontiagudo e metamorfoseante demais para ser verbalizado, fora do alcance da compreensão que se tem logo depois de acordar. Mas ela sabia para onde a estava levando.

A escrita da autora é muito boa de ler e ao mesmo tempo incrivelmente bem feita, de forma que temos que prestar bastante atenção nos detalhes que foram soltos através da leitura para tentar desvendar a trama antes do fim do livro. 

Como a protagonista é jovem, obviamente passei muita raiva com ela por sua imprudência. Pip é impulsiva e obcecada, do tipo que se joga em algo quando está decidida e focada, o que em muitos momentos coloca a vida dela em risco. Ela percebe as falhas na investigação que foram ignoradas por todos e com a intuição apitando em alerta, decide ir atrás da verdade, uma verdade que envolve mentiras e até mesmo racismo, infelizmente, já que a família de Sal é de origem indiana e sofreu muito o julgamento de toda a cidade após o rapaz ser acusado de assassinato. 

Mas a casa não era assombrada por fantasmas, apenas por três pessoas tristes que tentavam levar a vida como antes. Também não era assombrada por luzes oscilantes nem por cadeiras que caíam sozinhas, mas por letras grafitadas em tinta escura, formando as palavras Família Imunda, e por pedras que quebravam as janelas.

A narrativa contém entrevistas e o diário de Pip. Em vários momentos eu me perguntei se Sal havia realmente matado Andie. Foi uma leitura fluída e muito gostosa que me deixou presa até o fim enquanto tentava em vão desvendar os mistérios envolvendo a morte de Andie. Um dos melhores livros do gênero que li nesse ano e que me surpreendeu totalmente. Leitura muito mais do que válida e indicada. É um livro divertido, frenético, com uma trama bem pé no chão e amarrada que surpreende o jovem leitor e o leva para dentro das páginas, querendo estar ao lado de Pip em sua investigação pessoal.

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