[RESENHA] A Filha do Guardião do Fogo
Olá, leitores!
Páginas: 432 | Autora: Angeline Boulley | Editora: Intrínseca | Ano: 2022 | Gênero: Young Adult, Romance, Mistério | Tradução: Bruna Miranda | Classificação indicativa: +14
Ler obras com personagens inclusivos é algo incrível. Livros com protagonistas que fogem daquele padrão branco europeu e magro é algo que tem se tornado cada vez mais comum nas estantes dos leitores, inclusive a minha. Não sou uma grande leitora de obras YA mas admito que essa me despertou a curiosidade, já que a protagonista é metade indígena e metade branca.
Mas coisas boas acontecem quando mundos colidem.
Daunis Fontaine "Firekeeper" vive em um mundo onde não se sente completamente parte de nada. É considerada "branca demais" em meio a comunidade indígena Ojibwe do pai e "índia demais" para a família branca e conservadora da mãe. Sempre transitando entre esses dois mundos, com uma reputação familiar que não é das melhores graças às fofocas maldosas de ambos os núcleos familiares, Daunis sonha em como tudo vai mudar para melhor assim que for para a faculdade.
Quando você ama uma pessoa, mas não gosta de certas partes dela, é complicado lidar com as lembranças que ficam quando ela se vai.
O problema é que, assim como a sua avó Pearl sempre dizia, coisas ruins vêm em três. Após perder um tio bem querido que era não só uma figura paterna como também um grande apoio em sua família branca conservadora, sua avó materna acabou sofrendo um derrame que deixou sua mãe bem depressiva, já que perdeu a mãe que está acamada e o irmão de quem era bem próxima. Esperando pela terceira parte dessa leva de eventos ruins, Daunis decide ficar em casa, adiando por um tempo o seu plano para que assim, talvez, consiga evitar que algo aconteça.
O esporte pode não se importar com a sua cor, mas muitos dos fãs se importam.
Quando Jamie, um novo jogador entra para o time de hóquei, Daunis se sente instantaneamente atraída pelo simpático rapaz de passado misterioso que começa a mexer com os sentimentos dela. Paralelamente a isso, mortes misteriosas envolvendo garotas da comunidade indígena e um suposto envolvimento das vítimas com uma droga misteriosa levam Daunis para o meio de uma investigação do FBI sobre os casos recentes, onde ela aceita ser uma informante para auxiliar nas investigações.
O luto é um desgraçado, daqueles bem cruéis e sorrateiros. A gente ama uma pessoa e ela se vai. Passado. Aí a gente se esquece dela por uma hora, um dia, uma semana. Como pode? Isso acontece porque as memórias são instáveis: elas podem sumir.
Daunis é uma garota muito dedicada, próxima da mãe e do irmão por parte de pai. Além de talentosa no hóquei, deseja se sentir pertencente à comunidade Ojibwe que tanto ama. É uma jovem com sonhos e ambições bem típicas da idade mas que ao mesmo tempo é bastante madura devido a tudo o que passou. Admito que mesmo tendo apreciado bastante a leitura, alguns pontos deixaram a desejar. Senti que a narrativa careceu de um pouco de aprofundamento de personagens, principalmente do relacionamento entre a Daunis e o Jamie. Adoro que é sempre deixado óbvio o fato de que mesmo que ela goste de Jamie, ela pode viver bem sem ele e que não vai desviar de seu caminho por outra pessoa.
O tempo indígena significa na verdade que as coisas acontecem quando têm que acontecer.
A trama traz muitos pontos de extrema importância que é raro de serem colocados em livros, como o descaso das autoridades em relação às comunidades indígenas, ao fato de que muitas vezes meninas são abusadas e jovens mortos sem que as autoridades se importem ou façam algo para aumentar dolorosos índices que aumentam constantemente. A autora consegue montar um romance juvenil com suspense, investigação e elementos da cultura indígena de forma incrível mesmo que às vezes acabe por se perder um pouco na narrativa.
Sabedoria não é algo dado. Em sua forma mais crua, é a mágoa de saber de coisas que você não gostaria.
Esse foi o primeiro livro da Angeline Boulley e acho que por isso ela deixou a desejar em alguns pontos.
SPOILER: Acho que a parte que mais me incomodou foi quando, na segunda metade do livro, uma personagem é abus*d* mas a obra continua a seguir como se nada tivesse acontecido. Não estou dizendo que a cena deveria ser narrada contando detalhes do que aconteceu naquele momento doloroso porém fazer uma personagem sair de uma situação tão traumática e ir conversar com suas amigas e dançar com o namorado como se nada houvesse acontecido, diminui demais a gravidade da situação, principalmente porque a autora sempre comenta sobre o quanto as mulheres indígenas sofreram e ainda sofrem nas mãos dos homens brancos. Faltou delicadeza e sentimento para esse momento que deveria ser mais do que um acontecido esquecível e sim algo importante que precisa ser levado a sério. FIM DO SPOILER.
Sigo confundindo quem são os mocinhos e os vilões.
É uma obra em que pode se notar alguns pequenos deslizes narrativos mas nada que incomode, com exceção do evento que citei acima, já que ele parece claramente destoar do livro. Apesar de tudo, a Daunis é uma protagonista incrivelmente forte, nerd, inteligente, talentosa e decidida, um ótimo exemplo para jovens leitoras. Espero ler mais obras da autora, que estreou muito bem.
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Oi! Não tinha visto nada sobre a obra ainda, mas pelo que vi aqui, é uma história com tudo para me conquistar. Dica anotada. Bjos!! Cida
ResponderExcluirMoonlight Books
Oi Leyanne, tudo bem?
ResponderExcluirAdorei o protagonismo indígena. Ainda não tive chance de ler nenhum livro com esse protagonismo, mas certamente daria uma chance a esse.
Beijos,
Priih
Infinitas Vidas
Oi, Larissa! Tudo bom?
ResponderExcluirTenho a MESMA opinião sobre ti a respeito da cena de estupro. Achei de mau gosto da parte da autora. A crítica sobre o tratamento que mulheres recebem já estava ali, não tinha necessidade de usar esse artifício. Tô cansada de ler cenas de abuso jogadas na trama. Não tem necessidade. Isso tirou uma estrela do livro pra mim. De resto, achei uma história boa (o suspense fraco, tho).
Beijos, Nizz.
www.queriaestarlendo.com.br
Com seu spoiler me deu uma desanimada, não é muito meu tipo de leitura, achei uma ótima resenha, mas não sei se leria ele
ResponderExcluirBeijos
www.pimentadeacucar.com
Menina, eu não conhecia o livro, mas a capa já me atraiu de cara. Depois, ao saber da mistura de raças da protagonista, fiquei ainda mais interessada. Acho isso muito legal, e esse contraste geralmente rende ótimas histórias. Mas aí cheguei na parte do spoiler ali e dei uma desanimada. Primeiro, porque não curto histórias que tenha aquele tipo de situação específica. E, segundo, pela forma como a coisa toda foi tratada pela autora depois. Confesso que isso matou meu interesse de ler. Mas que bom que, apesar disso tb ter te incomodado, não chegou a atrapalhar a sua experiência literária!
ResponderExcluir=)
Suelen Mattos
______________
Romantic Girl
Oi Leyanne, tudo bem?
ResponderExcluirApesar da ressalva destacada por você, o livro parece interessante. Eu ainda não conhecia a autora, mas já anotei a dica aqui.
*bye*
Marla
https://loucaporromances.blogspot.com/
ResponderExcluirBeautiful article written in very easy way that every one can understand
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