[RESENHA] O primeiro a morrer no final
Olá, leitores!
Páginas: 544 | Autora: Adam Silvera | Editora: Intrínseca | Ano: 2022 | Gênero: Juvenil | Tradução: Carlos César da Silva e João Pedroso | Classificação indicativa: +14
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A Central da Morte está morrendo de vontade de te ligar.
O Primeiro a Morrer no Final é uma obra do mesmo autor de Os Dois Morrem no Final. Na obra anterior, conhecemos os personagens Rufus e Mateo, que vivem em um universo onde as pessoas são informadas da sua morte que ocorreria de alguma forma nas próximas 24 horas através da Central da Morte, porém pouco nos dizem sobre ela e como surgiu, o que é respondido aqui.
É de partir o coração perceber como viver custa caro quando se está sempre morrendo.
Aqui a história se passa alguns anos antes do livro anterior e temos outros dois personagens: Orion, que aguarda a ligação da Central da Morte com certa ansiedade, já que pensa que se a receber, o foco de sua mente sairá da doença que em algum momento o vitimará e irá focar em outras coisas, que enquanto não recebesse a chamada, teria mais um dia de vida. Já Valentino, que com o início de um novo capítulo da sua vida, a última coisa que queria receber era a temida ligação que colocaria um fim em tudo.
Não tenho como prever o futuro que nem a Central da Morte, mas já sei que meu tempo com Valentino vai terminar com um coração partido.
Quando surge a pergunta sobre se a Central da Morte é realmente capaz de prever a morte das pessoas, muitos se reúnem na Times Square para a inauguração da empresa polêmica. Adoro como o autor consegue criar conexões incríveis entre personagens tão diferentes e que literalmente acabaram de se conhecer. Quando Orion e Valentino se conhecem, é como se os dois criassem um vínculo imediato que acaba por se estreitar ainda mais após a ligação da Central da Morte, afinal, assim que o relógio bate à meia noite, um deles recebe a ligação que mudaria tudo. Quando isso ocorre, sabendo que a morte em menos de 24 horas é inevitável, eles se unem para aproveitar juntos as próximas 24 horas da da melhor forma que puderem.
Assim como a obra Os Dois Morrem no Final, esse aqui também é intenso e reflexivo, que consegue fazer o leitor amar cada linha lida e ao mesmo tempo ficar com os olhos marejados mas admito que essa prequel não me cativou tanto quanto o primeiro, como se o autor quisesse repetir a fórmula porém não sendo totalmente eficaz nisso durante toda a obra, tendo alguns pequenos deslizes no decorrer dela, mas nada muito grande.
Não morrer não significa que não possa se machucar, e o pavor disso permanece vivo e intacto.
Outra coisa que preciso comentar é que não sei se todos pensam da mesma forma que eu, mas eu gostava da ideia de não saber muito sobre a Central da Morte e todo o mistério envolto na empresa. Me agrada o ponto de vista do criador da Central da Morte, Joaquim Rosa que nos mostra tudo o que o levou a criar a empresa: suas angústias e sentimentos são bem explorados de forma realista e isso é ótimo, mas admito que ainda preferia que um pouco de tudo fosse mantido no mistério.
É um livro que assim como o anterior, nos fala sobre a vida e o viver, esperança e sobre o amor, tudo isso através da possibilidade e às vezes certezas da morte repentina. Separe os lencinhos para rever Rufus e Matteo, além de já iniciar a leitura preparada para certos pontos polêmicos que são abordados aqui. Como na obra anterior, temos um casal gay protagonista, mas aqui, os pais do Valentino são extremamente religiosos, de forma que utilizam de suas crenças para condenar e criticar o filho. Outros pontos que são abordados e talvez possam ser gatilhos para alguns leitores são violência doméstica, luto, doenças, traumas... É incrível a forma como o autor conseguiu mostrar que cada pessoa que passa na nossa vida tem uma história e que essa nem sempre é uma história feliz.
Já não sou mais um conto. Agora sou um romance. Melhor ainda, sou um projeto em andamento. Tenho todas essas novas páginas em branco, e vou viver uma vida que valha a pena colocar no papel.
Como já é esperado, tendo em vista o primeiro livro e o título, o final não é fácil de ler então se prepare para finalizar a obra com um aperto no peito mas que, como consolo, vem junto com a sensação de que um ótimo livro foi finalizado.
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Olá,
ResponderExcluirAcredita que só conhecia os dois pelo títulos? Nunca tinha parado pra ler uma resenha! E agora fiquei super curiosa com esse lance da Central da Morte... não sei como viveria com essa AI por perto haha
até mais,
Canto Cultzíneo