[RESENHA] Ciclo Terramar: O Feiticeiro de Terramar [livro #1]
Olá, leitores!
Páginas: 208 | Autora: Ursula K. Le Guin | Editora: Morro Branco | Ano: 2022 | Gênero: Fantasia | Tradução: Heci Regina Candiani | Classificação indicativa: +14
E a verdade é que à medida que o poder real de um sujeito cresce e seu conhecimento se amplia, o caminho que ele pode seguir fica cada vez mais estreito, até que, por fim, ele não escolhe nada, mas faz apenas e inteiramente o que precisa fazer...
O Feiticeiro de Terramar foi um livro publicado em sua língua original em 1968. Essa informação me assustou porque não imaginava que a fantasia era tão antiga. Também tive outro pensamento, de que a escrita poderia ser mais densa, mas apesar de ter encontrado uma escrita objetiva, ela é rápida e nada densa, como outras fantasias complexas.
Ged veio de uma ilha simples, e ainda criança demonstrou interesse pela magia aprendendo sobre as possibilidades dela com uma tia. Mas Ged também é impulsivo. Ele possui uma enorme quantidade de poder, facilidade em aprender, seu potencial é imenso, mas suas escolhas podem ser perigosas. O protagonista passa um tempo com seu primeiro mestre, mas acha que o aprendizado é lento demais e embarca para uma escolha de magia.
É nesse lugar que Ged passa mais tempo, conhece mais pessoas, nem todas garantindo um laço de amizade. Com o tempo, ele percebe quão grande pode ser seu poder, mas comete erros nessa jornada. Depois de um estopim na escola, Ged assume novos riscos, e passa a ser perseguido por seu antagonista.
Até 30% da história, Ged aparenta ser um personagem impulsivo, com pensamentos egocêntricos e cheios de fome do saber. Ele não é mau, mas quando insiste em algo, vai até o fim, mesmo se isso for algo perigoso. E em suas rivalidades, ele se apresenta como implacável. Após um incidente, tudo muda, até mesmo a forma de aprendizado do personagem. Ao invés de termos um Ged corajoso e prodígio, ele se torna mais cauteloso, também ciente do grande mau que agora o persegue.
A maior jornada do protagonista tem início aí, com acontecimentos cheios de aventura ocorrendo nesse meio tempo. O livro é bem curto, pouco mais de 200 páginas, mas como acontece muita coisa, a sensação que tive é que se passaram muitos anos e é um livro mais extenso. E se tratando do protagonista, tudo ocorre antes dele sequer chegar aos 20 anos.
A escrita do livro é objetiva, poupando detalhes e proporcionando um panorama geral. Não sei se é possível se apegar de verdade aos personagens por haver um tipo de narrativa sem trazer tanto sentimento. Até os diálogos são menos frequentes. O sistema de magia é muito interessante, nada difícil de compreender. E se você já leu O Nome do Vento, vai notar uma semelhança absurda com esse livro.
Cheguei a pensar que um livro seria inspirado no outro, mas quando vi que O Feiticeiro de Terramar foi publicado em 1968, percebi que O Nome do Vento que pegou bastante inspiração. Isso me fez comparar as duas obras, mas a semelhança permanece até a universidade e o sistema de magia, quanto ao resto, destoa bastante.
Ainda sobre o universo de O Feiticeiro de Terramar, o livro cita que há inúmeras ilhas, e a quantidade pode ser observada no mapa. Ged se aventura por vários lugares em sua trajetória, e o leitor pode ir acompanhando enquanto isso. O mundo, no livro, também cita diferenças raciais. Inclusive, o protagonista é negro, e ele passa boa parte da infância na sua região. Quando visita lugares com pessoas de pele clara e as vê, é interessante acompanhar sua reação.
O livro foi publicado anteriormente no Brasil, mas passou um tempo fora de circulação e sem o terceiro volume confirmado. Pouco tempo atrás, a editora Morro Branco anunciou a compra dos direitos da trilogia. Então agora temos os três livros publicados em uma edição totalmente nova e em capa dura.
A história é rápida, então pode ser lida em um dia. Apesar de não ter sido um livro que amei, reconheço que tem potencial, mas acredito que irá continuar com o mesmo esquema de narração, objetiva e superficial em alguns momentos. O interior do livro me surpreendeu. Por fora, a estética é simples e linda, mas por dentro há diversas ilustrações de Charles Vess, que acompanham a história.
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Oi, Leyanne! Como vai? Que pena que a narração seja superficial. Acho a capa dele tão elegante, embora simples. Espero que os outros volumes sejam melhores. Abraço!
ResponderExcluirhttps://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/
queria que fosse mais aprofundada, mas acontece. também espero!
ExcluirMesmo com as ressalvas, ainda vale a leitura, por ser um clássico. Eu li a sua resenha pelo insta e também me incomodaria vendo ele nessa jornada e aprendendo tanta coisa, sendo quase um bebê. Mas levando em consideração que é uma obra antes de 1970, relevo.
ResponderExcluirBjks!
Mundinho da Hanna
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siiim, é uma obra bem antiga, um clássico
ExcluirEsse seria facilmente um livro que eu compraria pela capa (que é maravilhosa), não conhecia a autora, mas confesso que mesmo depois da resenho fiquei curiosa para ler.
ResponderExcluirBeijinhos
lendocomrenata.com
haha eu também fiquei bem atraída pela capa, muito linda
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