[RESENHA] Ciclo Aurora: Adeus, Aurora [livro #3]

Olá, leitores!

Páginas: 400 | Autores: Amie Kalfman, Jay Kristoff | Ano: 2023 | Gênero: Ficção científica, Young Adult | Tradução: Isabela Sampaio | Classificação indicativa: +14

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É difícil se despedir de algumas séries, mas essa aqui me fez ficar desesperada entre o término do segundo volume e o início do terceiro. O motivo é o puro caos que a história se transforma, então as opções são: ignorar a curiosidade em saber o que acontece, ou enfrentar o sentimento de despedida e ler o último livro.

Adeus, Aurora tem um início conturbado sim, e piora pelos personagens estarem separados da pior forma que se pode imaginar. Escrever isso me dá vontade de soltar uma gargalhada quando lembro de como foi minha reação lendo a situação. Mas embora isso persista por várias páginas, a história cai numa repetição logo depois de vermos o panorama geral de todos.

Por um lado, estão Zila, Finn e Scarlett tentando voltar para o lugar da batalha. Do outro lado estão Tyler e Saedii tentando se soltar de uma prisão em uma nave humana. E por último, estão Aurora e Kal, presos com o destruidor de estrelas, em uma batalha para por fim em Ra'haam. É uma perspectiva bem diferente daquele esquadrão formado no primeiro livro. Os personagens aqui estão mais maduros, enfrentando um oponente sabendo de sua magnitude, e o peso da responsabilidade pode ser fatal.

Meu maior problema foi passar pelo problema inicial dos personagens. Por estarem separados, eles precisam enfrentar primeiro essa barreira para conduzir a situação principal. Nesse meio tempo, eles ficam em um loop eterno que se torna cansativo. A sensação que tive, é que embora estivessem lutando por algo, continuassem no mesmo lugar, e isso acontece por várias páginas.

Passando por isso, finalmente recebemos a cereja do bolo. As respostas que esse livro oferece são sensacionais. O conjunto de tudo isso, me fez pensar como minha opinião mudou drasticamente sobre alguns personagens, enquanto para outros, continuou a mesma. Zila foi a mais surpreendente. Em Aurora Ascende, a personagem mal tinha duas falas, e seus pontos de vista eram os mais escassos. Isso muda em Aurora Arde, quando ela ganha mais narrações, e conhecemos um pouco sobre seu passado. Já neste livro, Zila tem uma importância primordial. Suas deduções são certeiras, e gosto do modo como sua mente funciona. Ela é lógica, e apesar de ter a mesma faixa etária dos demais, ela sempre é a mais sensata.

Tyler também me surpreendeu bastante durante os livros, ele é um personagem centrado, e conduz seu esquadrão da melhor forma. Mesmo no meio dos problemas, usa tudo a seu favor para conseguir a melhor solução. Outra questão sobre ele que gostei, foi o romance. A série não tem um foco no romance, mas separa alguns momentos para tal. Gostei de praticamente todos, embora meu shipp favorito foi de Tyler e seu par romântico.

E ainda falando de personagens marcantes, não poderia faltar o Finnian, o melhor personagem da série em termos de personalidade. Ele quebra o gelo em qualquer situação, e não perde a oportunidade de usar o sarcasmo como resposta pronta.

O livro, para mim, fica bem melhor depois das cenas repetitivas passarem. Sinceramente, experimentei isso no segundo livro, e não contava que teria algo parecido nesse. É um pedaço importante da história, mas fica tão constante que soa cansativo. As resoluções finais para os problemas que os personagens enfrentam são convincentes, mas na parte específica da Aurora, não consegui compreender de todo. Algumas partes ainda ficaram confusas, e espero voltar a entender em algum momento.

A história tem pontos bem amarrados, que conecta até mesmo situações vistas no primeiro livro, como planos bem mirabolantes. Um pouco disso me lembrou a série Dark, mas vou comentar apenas isso para não soltar spoilers. Se quiser saber mais, precisará ler.

A trilogia Ciclo Aurora teve um início excelente, caiu um pouco no segundo livro para mim, teve mais um caimento no terceiro, mas não é nada ruim. É uma série boa, com personagens excelentes que transformam a história em um lugar para querer (re)visitar e conhecê-los. Depois de se deparar com eles, me senti como parte do esquadrão. O final me emocionou sim, especialmente por conectar partes do passado importante dos personagens. E como comentei, li de forma desesperada por minha conta e risco, já sabendo que iria me emocionar e sentir saudades no final.

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