[RESENHA] Gearbreakers: matadores de robôs [livro #1]
Olá, leitores!
Páginas: 336 | Autora: Zoe Hana Mikuta | Editora: Melhoramentos | Ano: 2023 | Gênero: Ficção científica, Young Adult | Tradução: Ana Beatriz Omuro | Classificação indicativa: +14
Faz sentido que, quando o mundo se torna desesperador o suficiente, quando as pessoas ficam desoladas o bastante, em dado momento deixemos de rezar para divindades e, em vez disso, comecemos a construí-las.
Gearbreakers é uma leitura que vai te deixar sedenta por mais, assim como vai gerar revolta pelo tipo de governantes que tem. Eu tinha expectativas altas com o livro, fiquei surpresa com algumas informações, e terminei desolada.
Godolia é uma cidade avançada, que detém o poder de milhares de outros lugares. Ela também abriga a Academia de Pilotos, com pessoas modificadas, chegando a serem chamadas de robôs. Esse "preparo" serve para serem conectadas a grandes mechas (robôs gigantes controlados por pilotos) chamados Windups, assim espalhando mais desolação. Com tecnologia avançada, cenário de pós-guerra, os lugares veem esse tipo de grandeza como divindades, e esse tipo de veneração é melhor para ser controlado.
Sona é uma piloto, mas tem um objetivo: destruir Godólia. Ela sabe que para destruir um deus, o melhor é começar por dentro, por isso aceitou ser modificada, e pilota uma Valkyria, o tipo mais avançado de Windup atualmente. Do outro lado, Eris é uma Gearbreaker, matadora de robôs, que ao derrubar grandes mechas, ela passa uma mensagem clara: humanos também podem destruir deuses.
Eles me deixaram em pedaços só para reagrupá-los por quantas vezes quisessem, e eu permiti, porque estava tão cega pelo desejo de vingança, o desejo por poder, que, no final, fui transformada na mesma coisa que me arrancou de casa, para começo de conversa. Eles não me deram poder; me deram a habilidade de me desfazer.
Em uma missão, Eris é capturada, levada para a academia, e Sona vê a oportunidade de salvá-la e alinhar seus objetivos. Mas embora tenham um ponto em comum, existem diversos outros que divergem, como Eris ser criada para matar qualquer um como Sona, e não existir nenhum outro caso de pilotos que queiram se rebelar.
É compreensível o desejo de Sona de fugir com Eris, e desde esse início a personalidade da personagem fica mais clara, o que dá para entender suas motivações. Ela não teve um começo fácil, e ainda na infância foi levada para Academia para ser mais uma peça num mundo intrincadamente desfeito. Ela é apenas uma pessoa em uma escala gigantesca, mas que possui garra e determinação. Ela também é contida às vezes, aceitando um triste fim, e não vendo felicidade alguma em seu futuro. Já Eris é igualmente determinada, mas possui um tipo de força raivosa e protetora. Ela tem sua própria luta e é difícil acreditar que não passa de mais tortura que alguém possa ter surgido para lhe ajudar a fugir.
Gostei da personalidade de ambas, foi esse início que me cativou, mas ainda tinha mais para descobrir. É comentado várias vezes como o mundo aqui é desolador, e como as pessoas são subjugadas. O cenário é limitado a apenas Eris e Sona. Em um primeiro momento apenas na Academia, e logo depois isso se expande, mas apenas para lugares vazios ou com aliados. O importante são as pessoas. A construção dos personagens é ótima. Apesar de ter apenas dois narradores, há inúmeros outros personagens que aparecem logo. E eles possuem personalidades distintas, que são facilmente identificáveis. Administrar tantos personagens é um trabalho complicado e gostei de como apareceram aqui.
A luta dos Gearbreaks fica mais clara também. O livro possui bastante ação, em alguns momentos mais do que em outros, mas é bem distribuído. Há muito trabalho a ser feito, em relação a absolutamente tudo. Adaptação das personagens, lidar com mais atrito, conseguir interceptar Windups, e etc. Cenários mudam, mas a luta principal continua urgente: destruir Godólia e quantos Windups for possível.
Você é uma rebelião disfarçada de gente, Eris
Gostei da história como um todo, mas algumas partes se sobrepõem. A personalidade dos personagens, tal qual falei, as lutas, que são incríveis, o companheirismo entre a equipe, e claro, a interação entre Sona e Eris, que me fez torcer pelo romance logo de cara. Elas são de lados opostos inicialmente, mas possuem uma química ótima. Não são de trocar farpas, mas há sempre um impedimento por impasses constantes entre elas, o que fermenta esses sentimentos, e assim consolidar fica quase sempre em segundo plano, mas não deixa de jogar migalhas implícitas.
O que não gostei na história são detalhes que podem ser ignorados. A autora deu uma ideia de como imaginar o tipo de subjugo que a população sofre, mas fica suspenso quem exatamente são eles, até onde vai essa influência, e como estão espalhados, mas para o objetivo das personagens isso não interfere em nada, continua sendo o mesmo. Em relação a descrição de cenas, como é uma ficção científica com embates, é necessário detalhes específicos, mas em alguns momentos as cenas são narradas com subjetividade e não dá para entender ao certo. Não são frequentes, e não me atrapalharam para entender o livro no geral.
Eu amei a história. Os momentos finais são desesperadores, o que combina com a proposta do livro, e me deixa sabendo o que esperar do próximo volume. Essa é uma história cativante. Se gostar desse tipo de livro, com certeza vai querer ler tudo em um só dia para saber o que acontecerá no momento seguinte.
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Estou com saudades de ler um livro assim, pelo menos agora já sei qual vai ler, foi pra lista
ResponderExcluirahhh que ótimo!!
ExcluirOlá,
ResponderExcluirNão tinha visto esse livro ainda, até achei que fosse lançamento da intrínseca, acho que nunca li nada com robôs, mas fiquei curiosa. Pela resenha tem bons momentos de tensão e ação.
até mais,
Canto Cultzíneo
Tem bastantes momentos como esses. adoreii
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