[RESENHA] A República do Dragão [livro #2]
Olá, leitores!
Páginas: 640 | Autora: R. F. Kuang | Editora: Intrínseca | Ano: 2023 | Gênero: Fantasia | Tradução: Helen Pandolfi e Karine Ribeiro | Classificação indicativa: +18
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Você será a lança que derrubará este Império.
Depois de finalizar o primeiro volume dessa trilogia, senti certo medo de começar a sequência porque o estado no mundo e da protagonista no final não foi dos melhores. O livro é impecável, é tão bem elaborado que as decisões finais se tornam difíceis e necessárias para a protagonista. Não é nada leviano, então embora seja algo grandioso, não passa despercebido que em seu lugar, eu poderia estar pior.
Em A República do Dragão, Rin tem um objetivo pronto: matar a Imperatriz. Com a ajuda do Cike, ela tem um plano elaborado e falta pouco para estar concluído. Mas Rin está abalada e fragilizada com os eventos anteriores. O sentimento de culpa se sobrepõe, junto com o peso da responsabilidade em comandar o Cike. Embora tudo esteja sobre sua cabeça, Rin continua focada em seu objetivo maior e consequentemente se vingar.
Depois de as coisas não saírem como o planejado, Rin é convencida pelo líder do Dragão a entrar em seu exército. O Império venceu a guerra anterior, mas está prestes a enfrentar uma guerra civil. Rin aceita o arranjo por terem objetivos alinhados, mas no fundo, parecia que ela estava ali para desviar da responsabilidade de comando, se apoiando em outra coisa.
O Império, embora esteja com uma guerra prestes a eclodir, está debilitado, portanto as próximas ações poderão acarretar em mais mortes inocentes. São os mais poderosos que estão na frente de tudo, pegando o que podem para ter a melhor em cima de uma terra frágil. Levando o pensamento mais adiante, dá facilmente para prever que tudo isso só beneficiará os mesmos, enquanto inocentes, que já sofreram recentemente, estarão no meio do fogo cruzado. Para o líder do Dragão, que está disposto a dar o primeiro passo contra a Imperatriz, parece algo ousado demais, mas depois de uma rápida olhada em seu arsenal, o pai de Nezha pode estar mais preparado do que era de esperar. Estaria ele apenas esperando uma oportunidade para atacar? Rin parece exatamente essa oportunidade, assim como a situação atual.
É mais crítico ainda ver as escolhas de Rin sendo feitas aos tropeços, com sequências de decisões destrutivas. Ela acaba sendo impulsiva e está claramente perdida, é fácil entender sua visão por tudo o que passou, mas não consegui abafar pensamentos como "por que ela não consegue pensar no melhor para o Cike?" ou "por que se deixar levar tendo o poder do mundo em suas mãos?".
Queria mesmo que essas perguntas tivessem respostas fáceis, mas a protagonista é mais humana, por isso tende a cometer erros, o que me gerou sentimentos genuínos a seu respeito, como raiva, solidariedade, esperança, impaciência. Não dá para negar que a personagem detém, de fato, um poder imenso, mas é muito para lidar. Se ela tem tanto dentro de si, como ela poderia arcar com mais?
Chega uma hora em que se aprende a viver no limite da insanidade.
Sua conexão com a Fênix é intensa, mas frágil, com novas reviravoltas envolvendo-as. Não dá para explorar isso com paciência. A cada página, a situação do Império se torna mais crítica, e a guerra vai ganhando força e resultados, para o bem ou para o mal. Com tanto para conquistar, guerras não são rápidas ou menos destrutivas. O livro vai apresentando cenários catastróficos sem uma tábua de apoio para se agarrar. As estratégias políticas são um prato cheio. Personagens que fizeram parte da formação de Rin aparece, mas sem a rivalidade da juventude que tinham. A coisa realmente está séria, como se tivessem envelhecido décadas e precisassem adquirir armaduras para enfrentar inimigos cada vez piores. Por estar do lado do líder do Dragão, a protagonista também conhece mais a respeito da família de Nezha, costumes, e o que lhe era familiar.
Os acontecimentos da história transformam o objetivo inicial de Rin aos poucos em uma jornada, tendo que sacrificar e lutar em intensidades cada vez maiores do que imaginou inicialmente para conseguir. Apesar de estar em uma guerra, e ser boa nela, Rin não gosta disso. Contudo, tudo o que viu a transformou, e ela não conhece outra realidade. A protagonista tem pensamentos errantes, com um desenvolvimento incrível, mesmo que não seja positivo. Mas acredito que não teria outro cenário plausível, a não ser esse.
O livro tem mais páginas que o anterior, sendo formado por ainda mais batalhas. Não resta muita coisa boa para ser feliz durante a história, mas algo que me agarrei foram as relações que a protagonista tem. No final, eu já tinha uma ideia totalmente diferente de quando comecei esses livros. Meus pensamentos podem estar sendo arriscados demais, mas sinto medo até de imaginar o destino pelo qual Rin se encaminha. Tudo no livro possui desenvolvimento maravilhoso. O resultado pode ser destruidor, mas houve muitos pontos construídos cuidadosamente para chegar até ali. Se o conjunto disso não fosse tirar o fôlego o suficiente, as páginas finais são. Arrebatador, assombroso, impressionante e revoltante resumem bem o que esse livro representa.
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UAU UAU UAU, que resenha Leyanne!
ResponderExcluirConfesso que não pensava em ler a obra não, mas sua resenha me fez mudar de ideia, rs.
beeeeijos
http://estante-da-ale.blogspot.com/
que bom que repensou nisso, o livro é incrível!!
ExcluirMeu sonho é encontrar uma série de livros que eu ame e que ainda esteja sendo escrita, nunca consegui
ResponderExcluirjura? espero que encontre sim
ExcluirOI! Que bom que a sequencia foi tão arrebatadora e manteve você fã da história. Eu adoraria conferir. Bjos!! Cida
ResponderExcluirMoonlight Books
ela foi incrível demais!!
ExcluirOi Leyanne, tudo bem?
ResponderExcluirEssa série parece ser uma das fantasias de melhor qualidade da atualidade, né? Só vejo elogios ao quanto ela é bem desenvolvida. Quero ler assim que tiver oportunidade.
Beijos,
Priih
Infinitas Vidas
com certeza e assino embaixo
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