[RESENHA] Rebeldes, revoluções e outras coisas que princesas gostam

Olá, leitores!

Páginas: 336 | Autora: Bruna Sales | Editora: Rocco | Ano: 2022 | Gênero: Romance LGBTQ+, ficção | Classificação indicativa: +14

Mina é uma princesa e está com casamento marcado. Tudo o que ela conhece é o que seus pais mostraram durante toda a vida. Ela não vai se casar por amor, e sim por um arranjo político. Sua melhor amiga, Momo, também está com casamento marcado, mas seu noivo é um irmão gêmeo da protagonista. Ambas estão em situações bem ruins, mas Mina decide mudar o rumo das coisas quando foge do seu casamento. Na fuga, ela encontra Chae, uma prisioneira da coroa, e liberta-a para que a ajude nesse escape.

As duas acabam passando um tempo juntas, até se encontrarem com mais personagens, e serem consideradas fugitivas. Mina então descobre que sua vida, que sempre foi um mar de rosas, é totalmente diferente da realidade de seus súditos. É uma grande surpresa pra ela, que terá que conviver em condições inferiores às que estava acostumada. As outras pessoas que ela encontra fazem parte de um movimento que é contra a coroa, e consequentemente contra ela.

A personagem não é bem aceita, mas o coração dela é puro, e ela logo consegue compreender todo o cenário, assim lutando pelo que é certo.

Chae e Mina acabam se aproximando mais. O romance dessas duas não é imediato, mas não tarda a acontecer. Elas têm dilemas bastante pertinentes, mas me surpreendi com a personalidade decidida de Mina em relação a Chae. Ela aparentava ser mais reservada, mas eu gostei dessa ousadia.

A narrativa é simples, lembra um pouco o universo de A Seleção, mas apenas por ter a monarquia relacionada, tecnologia e aquele ar juvenil que os personagens estão envolvidos. A história tem como pano de fundo a revolução, e a busca por um mundo justo e democrático. Um dos pontos principais da história é o romance, que tem um caráter proibido, mas não chega a ser impossível.

A história é uma fanfic envolvendo as integrantes do grupo TWICE. Não cheguei a ouvir nenhuma música delas, e não as conheço bem. Mas as personagens compartilham do mesmo nome, então é fácil encontrar os rostos para se basear enquanto se lê a história.

É impossível não torcer para que o romance dê certo. Os empecilhos que surgem são inevitáveis. Mas uma coisa bastante a favor da história, é que não há hesitação por parte dos sentimentos delas em relação à sexualidade. Apenas começam a ter sentimentos, e cultivar eles. Os impasses são mais relacionados às lutas que precisam enfrentar, e as diferenças entre elas. Mas minha surpresa foi maior quando percebi que a história teria mais casais sáficos, mesmo que não imediatamente.

A trama é bem fofa, mas tem alguns momentos tensos, como violência, tortura, abandono, que são bem dolorosos. Os temas não são extensamente descritos, mas são citados vez ou outra. Como o livro fala justamente sobre revolução, é impossível não ter embates que sejam decisivos. Assim, acompanhamos o cenário e a evolução da protagonista. A narrativa é contada principalmente por Mina, mas tem algumas perspectivas de outras personagens.

É uma história que dá para ler super rápido, com romance de aquecer o coração, e torcer por elas. Algumas condutas envolvendo as protagonistas não apoiei por completo, mas em geral gostei bastante do relacionamento das personagens. A mensagem da história é bonita, e é também bastante inspiradora pela determinação que essas mulheres têm. O universo da história é simples mas completo. A monarquia é exercida como poder absoluto, a tecnologia avançada, mas algo que me deixou confusa foi não ter celulares, ou dispositivos móveis. Mas logo me acostumei, e por um lado também gostei, porque não desviou atenção das protagonistas, e deixou a tecnologia como meio para apenas chegar ao objetivo final.

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