[RESENHA] Mais frio que gelo [livro #2]

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Mais quente que fogo

O final de Mais quente que fogo é de deixar o leitor sedento para começar esse. E foi o que eu fiz. Em Mais frio que gelo, Layla já conhece algumas informações sobre si mesma. Depois dela se apegar bastante ao Roth, as marcas do que aconteceu recentemente a deixaram verdadeiramente abalada, e a recuperação do seu luto é o que vemos no início desse segundo livro. Consequentemente, quem está por perto é Zayne, a quem ela sempre esteve apaixonada. A aproximação deles, junto com os acontecimentos resultantes, acabam fazendo-os passar mais tempo juntos, e isso pode gerar a centelha de esperança que ela sempre teve em pensar que poderiam construir algo juntos.

Mas mesmo que Layla sempre tenha sido apaixonada por Zayne, esse sentimento nunca me convenceu, pelo Zayne nunca ter feito nada a respeito, quando claramente os sentimentos da protagonista eram bem evidentes, além do fato de que Layla sempre teria algumas limitações a respeito da relação, enquanto todos os outros Guardiões também esperavam outra posição de Zayne.

Zayne me trancaria em um quarto para me manter segura se pensasse que havia até mesmo o menor sinal de perigo no ar. Roth... é, ele tentaria me afastar do perigo, mas não iria me superproteger. Ele... ele me deixaria em paz.

Esse é um livro maior do que o anterior. E enquanto Mais quente que fogo lança dúvidas a respeito de tudo o que a protagonista conheceu, no segundo livro ela já está familiarizada com essas dúvidas, mas outras questões surgem a respeito das suas relações mais próximas. Começando pela confiança que ela depositou em Roth. A intenção, acredito que tenha sido criar um triângulo amoroso, e neste livro é mais evidente que a construção da história pode contribuir para isso. Mas eu tenho uma grande objeção, que é a respeito dos sentimentos da Layla. Zayne sempre esteve lá, mas nunca fez nada a respeito dos sentimentos dela, enquanto quando Roth chegou, teve um abalo consideravelmente maior em sua vida e em tudo o que acreditava.

Mas, com o passar das páginas, a situação apresentada obriga Zayne e Layla a serem mais próximos, e essa relação é a que vai estar em mais evidência. Mas enquanto algumas relações se tornam mais fortes, outras se tornam mais frágeis, como a convivência entre os Guardiões e Layla. Tem toda uma situação a respeito disso, que envolve as mentiras e todos os segredos que rondam os que protegem a protagonista. Novas ameaças também surgem, consequência do desfecho de Mais quente que fogo. Layla está exatamente no centro de tudo isso, por isso algumas questões caem sobre ela, e nem sempre de forma boa.

A verdade é muito mais estranha do que a mais louca das suas imaginações.

Esse foi um livro que me deixou bastante irritada. A protagonista tem uma pequena parcela sobre isso, mas eu entendo que tudo o que aconteceu, acabou gerando ciladas para ela. Outra parte da minha irritação foi diretamente para os Guardiões, que são tidos como protetores da humanidade, e adotaram Layla como se fosse uma filha, mas vemos vários furos nessa criação, e é bastante triste como tal coisa se deteriora ainda mais diante de obstáculos que nem são culpa dela. A batalha entre bem e mal pode ser algo fácil de ser resolvido para alguns, mas nem tudo é tão simples, as escolhas podem ser mais difíceis do que imaginam, e as respostas estão onde a gente menos espera.

Muitos acontecimentos me pegaram de surpresa, e me compadeci pela protagonista, porque tudo parece sempre cair sobre seus ombros, mesmo quando não tem culpa. Minhas desconfianças a respeito das relações dela também foram uma montanha russa de sentimentos, que deixaram dúvidas, mas também responderam algumas das minhas perguntas. Com o final deste livro, é impossível não ter um sentimento de querer correr para o próximo, porque o final nos faz ansiar por isso. O segundo volume não foi meu favorito, mas não porque a história é ruim, ela é muito boa, e muito bem construída, mas acabei não me apegando a certos personagens. Enquanto outros, sempre terão meu coração.