[RESENHA] Finais Violentos [livro #2]
Olá, leitores!
Páginas: 496 | Autora: Chloe Gong | Editora: Alta Novel | Ano: 2022 | Gênero: romance, fantasia histórica, drama | Tradução: Giovanna Chianellato | Classificação indicativa: +14
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Finais Violentos se inicia meses depois do desfecho do livro anterior, e esse era o volume bastante esperado para mim. Gostei bastante do primeiro, tanto que me fez correr para ler o próximo o quanto antes. Minha maior expectativa era para ver como as coisas iriam se resolver, visto que os protagonistas tiveram os papéis trocados, e essa inversão me deixou apreensiva e esperançosa. Apreensiva porque não queria que acontecesse um retrocesso e repetição, e esperançosa para finalmente saber se tudo iria se resolver.
Depois de saber o que realmente aconteceu para que Roma tivesse seus laços rompidos com Juliette aos 15 anos, a situação agora se investe quando Juliette faz algo inesperado para salvar a vida de Roma, que tenta manter uma neutralidade, ainda que hostilidades prevalece diante dele. Senti que a vingança foi algo veemente por parte de Roma, dessa vez direcionado a Juliette, por quem sempre protegeu. Contudo, havia uma certa hesitação por parte deles, como se nunca conseguissem se odiar o suficiente para acabar com a vida do outro.
Neste livro, Roma me surpreendeu por adquirir uma personalidade mais dura, o que era de se esperar por ele ser o herdeiro de uma organização criminosa. Tendo suas mãos manchadas de sangue, e o sentimento de traição recente, agora o seu objetivo é se vingar de Juliette, e gostei de como isso o tornou implacável. Isso pode ser contraditório, mas penso em converter esses sentimentos para quando eles lutavam para o relacionamento prevalecer, e isso também me dá esperanças de ver algo do tipo acontecendo.
E o que era o amor, se tudo o que fazia era matar?
Mas Roma não está apenas destruído pela traição de Juliette, ele também sente profundamente a perda de um amigo. A morte de Marshall foi sentida principalmente por Benedikt, já que eram extremamente próximos, e também havia sentimentos conflitantes os rodeando desde o primeiro volume. Agora Benedikt está igualmente implacável tal qual Roma, mas não só isso, ele adquire um aspecto imprudente, que vai se agravando no decorrer das páginas.
E enquanto eu pensava que a ameaça sobrenatural tivesse sido neutralizada no final do primeiro volume, o desfecho tinha deixado uma ponta solta para ser desenvolvida aqui. Essa brecha abre uma porta gigantesca para ameaças ainda mais intrigantes, e senti que o primeiro volume na verdade foi apenas um treinamento para o caos reservado em Finais Violentos. Não há somente o clima hostil entre Roma e Juliette, mas prevalece também um tipo de cerco que vai se fechando ao redor das respectivas organizações, junto com as ameaças comunistas, sobrenaturais e os nacionalistas.
As alianças são aos poucos formadas, e não deixa de ser surpreendente. Não é um livro carregado de planos mirabolantes, mas há apreensão acerca das missões distribuídas. Depois de me acostumar com a escrita da autora, e ver que esse livro era um tanto maior que o anterior, estava com certo receio das coisas demorarem para acontecer, e algumas sim demoram para serem colocadas em pauta, mas sempre há algo acontecendo, o que influencia diretamente no contato entre os personagens.
Simplesmente não há como respirar tranquilamente lendo esse livro, e senti uma necessidade de querer devorar a história o mais rápido possível. As primeiras 200 páginas foram rápidas pra mim, porque queria ver como as coisas estavam depois do final de Prazeres Violentos. Após me acostumar com esse novo cenário caótico, percebi que o livro desviou um pouco do objetivo ao se concentrar em planos secundários. Visando que essa é uma história com organizações criminosas que fazem operações surpreendentes, eu tinha curiosidade de ver em ação algum plano que me causasse surpresa, como um bom plot twist. De fato algumas passagens me deixaram surpresas, mas essas foram breves, e o que mais fica em evidência é a relação dos personagens no meio do cenário caótico.
E não é exaustivo? Nos destruímos mutuamente porque queremos ser os únicos nesta cidade, e não nos importamos com o quanto o outro irá se machucar. Como podemos viver assim?
Da metade para o final, eu estava tão apreensiva que sinceramente não vi como as coisas iriam se resolver. Achei que a autora tinha um objetivo final em mente desde o início da duologia e gostei da maioria das escolhas que ela fez. Alguns personagens me decepcionaram profundamente, e outros me surpreenderam.
Lembrando que a obra retrata um cenário de Xangai na década de 1920, algumas questões são bem atualizadas, com ideais pautados de forma natural, sendo bem aceitos na época, enquanto algumas lutas ainda precisam ser travadas na atualidade. A questão da protagonista ser chinesa e ter passado a maior parte da sua vida nos EUA a faz questionar suas raízes e a que lado do mundo realmente pertence. Ela tem pensamentos conflitantes que são influenciados pelas frequentes perguntas sobre sua herança ser aceita, já que apesar de chinesa, não conviveu tanto na cidade.
Outro ponto atual bastante presente são os personagens LGBTQ+ inseridos de maneira natural, e apesar disso, são retratados de acordo com a época, quando mesmo não sendo aceitos pela comunidade geral, não há diferença de tratamento em seu círculo de amizade, nem impedimentos no quesito aceitação. Existe mais de um casal em destaque, mas todos são conduzidos de forma lenta. Esse foi um livro muito bom, que teve altos e baixos para mim, mas gostei de como essa releitura de Romeu e Julieta foi se formando com base em um contexto histórico real misturado com o sobrenatural e personagens anti-heróis.
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Oi Leyanne, tudo bem?
ResponderExcluirFico super feliz que tenha sido uma experiência bacana pra você. Adoro quando autores sabem onde querem chegar com suas histórias e não se enrolam demais no processo.
Beijos,
Priih
Infinitas Vidas
siiim, é bem satisfatório
Excluirtambém adoro essa capa
ResponderExcluirOi! O livro um eu gostei demais e não vejo a hora de ler este segundo, só de saber que o Roma está mais firme, me anima. No livro anterior ela é muito mais forte que ele. Quero saber logo o final desse casal. Bjos!!
ResponderExcluirMoonlight Books