[RESENHA] Prazeres Violentos [livro #1]
Olá, leitores!
Páginas: 464 | Autora: Chloe Gong | Editora: Alta Novel | Ano: 2022 | Gênero: romance, fantasia histórica, drama | Tradução: Rafael Surgek | Classificação indicativa: +14
Prazeres Violentos é o primeiro volume de uma duologia inspirada na história de Shakespeare: Romeu e Julieta. O título dos dois livros juntos dão sentido a frase citada na história original "Esses prazeres violentos tem finais violentos". Como bem sabemos, a história conta uma tragédia, então eu tinha ideia do que esperar deste livro.
Ambientada em Xangai na década de 1920, essa história tem como protagonistas Roma e Juliette, herdeiros de organizações criminosas rivais, portanto o ódio é o sentimento mais esperado que nutram um pelo outro. A cidade e os "negócios" os moldaram segundo são hoje, embora já tenham tido um passado quanto tinham 15 anos. Atualmente a rivalidade é ainda mais evidente e o motivo é aos poucos revelado.
O cenário é amplo, bem ambientado, tendo um impacto maravilhoso no leitor. A construção de lugares, localidades como esconderijos e quadro político merece elogios. Me senti em um verdadeiro fogo cruzado enquanto lia. Ambos os lados são descritos pelos olhos de cada protagonista, e embora não concorde com a violência, entendo os motivos pelos quais lutam, e como o lugar de cada um deles precisa ser reforçado. Assim, Roma e Juliette são designados a trabalhos de acordo com o que a organização precisa, e com frequência precisam se enfrentar.
Após um longo período em Nova York, a chegada de Juliette em Xangai é recente e um dos seus objetivos é acabar com Roma. Sua vingança é algo que vem alimentando por quatro longos anos. O curioso é ir descobrindo aos poucos o motivo de toda essa desavença. Minha surpresa foi saber que eles já tinham tido encontros secretos antes, e até nutrido sentimentos um pelo outro.
A esperança era o mal mais perverso de todos, a coisa que vingava na caixa de pandora entre a miséria, a doença e a tristeza - e como ela poderia sobreviver junto a coisas com dentes tão afiados se ela mesmo não tivesse garras horrendas?
A Xangai apresentada no livro é um cenário bastante utilizado pelas constantes brigas entre as organizações, mas uma ameaça pode comprometer ainda mais essa instabilidade em meio ao caos que existe na cidade. Mortes misteriosas começam a acontecer e ninguém sabe o motivo, uns culpam o outro lado, e isso se transforma em um problema que ninguém está disposto a resolver ou a tomar providências. Roma e Juliette inesperadamente começam a trabalhar juntos para entender melhor esses surtos, investigar o rumor da aparição de um monstro. Os problemas se acumulam e, a meu ver, tudo pesou para os protagonistas, mesmo que não vendo melhores chances para eles.
Roma e Juliette são o centro da narrativa, mas outros personagens ganham destaque aos poucos, e alguns deles tem suas perspectivas apresentadas em uma outra ocasião. O interessante é que cada organização tem uma visão qualificada de acordo com os protagonistas. Isso não fica fácil para o leitor designar qual lado vencedor ou perdedor, é mais simples entender que ambos possuem erros e acertos em uma coisa ou outra.
É compreensível entender como cada lado funciona, e como é a realidade de cada personagem. Mesmo facilitando o entendimento, aos poucos conseguimos prever a dificuldade em achar uma solução para contornar o passado que os envolve, e achar uma brecha para conseguirem ficar juntos,. Na verdade ficar juntos nem sequer é uma possibilidade pela hostilidade gritante entre eles. Mas isso vai ser trabalhado aos poucos.
Você me dá motivos para odiá-lo e depois para amá-lo.
O livro tem mistério, romance, e fantasia envolvidos. O que fica mais em evidência é a troca de interação dos protagonistas, e a visão de cada um em relação à sua própria família. A fantasia não é tão proeminente, é destacada mais por haver um fator sobrenatural sobre os surtos da cidade, mas não é uma das questões principais. Aos poucos o mistério vai sendo revelado, e achei bastante óbvio quando cheguei ao final. Acredito que a autora tenha colocado algumas questões em mais destaque do que outras, por isso pequenos detalhes acabam ficando de lado, E se o leitor tiver um pouco de atenção, vai saber com certeza quem é culpado do quê.
A aproximação de Roma e Juliette é gradual. Percebi tardiamente que a hostilidade entre eles iria perdurar por mais páginas do que gostaria, achei que a esperança demorou para se fazer digna de nota, mas entendo que o contexto não estava sendo favorável. Também achei inteligente guardar algumas informações para serem expostas aos poucos. Isso me deixou bastante curiosa para saber o que foi o pivô do rompimento entre eles no passado, e esperançosa para o que poderia acontecer no futuro.
Apesar de ter gostado da relação construída entre os protagonistas, individualmente preferi acompanhar Juliette, por ela mais determinada. Ela também consegue ser uma personagem bastante intrigante, sendo nossa personagem de caráter duvidoso do livro. Roma, por outro lado, apesar de ser de uma organização rival, acabou não sendo o meu favorito, por achar o personagem hesitante demais em alguns momentos, e isso pode tê-lo prejudicado um pouco.
O livro acaba da pior forma possível, o que significa que me deixou prestes a abrir o próximo e começar a ler no minuto seguinte. Esse é um bom volume, é intrigante em sua maioria, com um final digno de Shakespeare. A rivalidade presente na história original é bastante impregnada na leitura, mas autora consegue manter sua originalidade em vários aspectos. Além do cenário ser incrível, existe também toda a questão individual dos personagens, que discute nacionalidade, pertencimento e cultura.
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Oi, Leyanne! Como vai? Me parece uma duologia promissora, né? Que bom que curtiu este primeiro volume. A foto ficou ótima. Abraço!
ResponderExcluirhttps://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/
Bastante!!! acabei amando ela
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