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[RESENHA] Girls like Girls


Olá, leitores!

Páginas: 320 | Autora: Hayley Kiyoko | Editora: Intrínseca | Ano: 2023 | Gênero: LGBTQIAPN+, Romance | Classificação Indicativa: +14

É preciso amar muito e viver muito, Coley.

Até pouco antes de iniciar a leitura, não fazia ideia de quem era Hayley Kiyoko. Quando abri o livro naquela "orelha" do final onde tem a foto do autor, fiquei pensando que a conhecia de algum lugar mas não me lembrava de onde. Então, fui pesquisar e fiquei sabendo de muita coisa que eu não fazia a mínima ideia. Primeiro, que a Hayley participou de Feiticeiros de Waverly Place e Lemonade Mounth, o que justifica eu ter achado que ela era um rosto conhecido (acrescento que ela era a Velma de Scooby Doo em uma das adaptações que menos curti mas que também ficou na minha memória). Segundo que, além de autora, ela é cantora, compositora e diretora, e que o livro Girls like Girls é baseado em um videoclipe de 2015 de mesmo nome da própria Hayley, sendo um aprofundamento para a história do casal principal. 

Sonya revira os olhos e pega meu braço. Sua mão se fecha em meu punho como se aquilo não fosse algo magnífico. Mas é. Não é? O toque dela faz minha barriga de contrair, e de repente eu me sinto viva. É como se a primavera tivesse acabado de chegar, depois de um inverno em que estive hibernando numa caverna de negação com um pedregulho de luto impedindo a saída.


No livro, temos a Coley, que mesmo sendo uma adolescente, teve a sua vida virada de cabeça para baixo após perder a mãe. Após a perda, ela teve que ir morar com Curtis, seu pai que havia abandonado a família. Esse trágico ocorrido, obviamente marcou o seu psicológico, fazendo com que ela acabasse carregando um fardo junto de si, tendo que iniciar uma jornada não apenas para conhecer melhor a si mesma, mas também para lidar com aquele luto que vem carregando e pesando seus ombros. É durante esse processo que ela conhece Sonya, uma jovem simpática que é uma das mais populares da escola. 

Foi assim que Curtis ficou congelado na minha memória, em uma imagem monocromática, com jaqueta vintage de couro; mais como uma ideia do que como uma pessoa propriamente dita. E agora percebo que ele é de fato uma pessoa, e talvez, eu seja uma pessoa para ele também. Não somos mais possibilidades, e isso é uma droga. Não sei como lidar com isso. Acho que não consigo amar Curtis. Não sei como fazer isso. Eu mal o conheço.


Como estamos acostumados àquela versão de garotas populares que até os dias de hoje são retratadas como detestáveis, foi muito bom ler aqui uma garota que é muito popular mas com uma personalidade adorável e empática. Mesmo sendo uma garota maravilhosa em diversos sentidos, Sonya tem seus próprios demônios para lidar, sendo a maioria deles, relacionados ao fato dela não se conhecer completamente e por isso, acabar agindo de forma negativa com a Coley. O que não acho que tenha sido algo negativo, já que sentimentos adolescentes costumam ser extremos, principalmente quando há dúvidas relacionadas não apenas a identidade, como também ao medo de como os outros reagiriam ao nos ver como realmente somos.

O vínculo que surge entre as duas é instantâneo, tornando-se uma amizade de laços fortíssimos. Coley encontrou um apoio que não tinha em Sonya e conforme esse companheirismo e amizade foi se desenvolvendo, crescendo para algo ainda mais forte, questionamentos começam a surgir e elas precisam encontrar as respostas para isso.


Coley e eu saímos hoje. Outra vez na linha do trem. Eu amo que lá está começando a se tornar um lugar nosso. Ninguém mais precisa saber. 

Ela e eu, sem álcool, sem distrações. Nós caminhamos seguindo os trilhos até a ponte de pedra. Céu azul, cabelo castanho, aquela jaqueta que ela não para de usar desde a segunda vez que a gente se viu. (...) Jogamos "Verdade ou consequência", a clássica brincadeira para espantar o tédio. Ela mordeu a isca, ainda bem. Mas aí... Aí a coisa ficou feia. Porque ela olhou no fundo dos meus olhos e escolheu verdade.

Quem faz isso logo de primeira? Coley, é óbvio.


Por mais que seja um romance com uma fórmula conhecida, todo o desenrolar é tão cativante que mesmo que já tenhamos uma ideia do que vai acontecer, a leitura não se torna menos agradável. Hayley Kiyoko conseguiu nos presentear com um romance profundo e delicado que envolve muitos temas necessários, como autodescoberta, abandono parental, a perda de alguém importante e todo o processo de luto e aceitação, inseguranças, depressão, preconceitos e, claro, amor.

É um livro onde muitos jovens e até adultos vão se identificar. Coley e Sonya são adolescentes, então grande parte do que sentem, nós já sentimos (alguns ainda sentem). Aquelas inseguranças da juventude e seus efeitos no nosso psicológico, a intensidade do amor juvenil, o processo de compreender a própria sexualidade... E tudo é trazido em uma narrativa leve, que deixa o coração quentinho e faz a leitura fluir sem nem percebermos. Temos sim, personagens problemáticos que estão ali para nos encherem a paciência, como o Trenton, que vai fazer o sangue do leitor ferver de raiva por ser o típico "cara machão e popular" mas todos são bastante humanizados então conseguimos enxergar suas camadas e também compreender (apesar de não justificar e nem passar pano) as suas ações.

Acho que o amor pode ser um milhão de coisas diferentes, mas, acima de tudo, não acho que se diminuir por alguém vale a pena. Nunca.


Achei um livro necessário, que conseguiu abordar assuntos sérios de maneira leve e que pode até mesmo nos tirar boas risadas e lágrimas. Representatividade muito bem feita, romance bem gostosinho e que me deixou querendo mais leituras da Hayley para manter o coração quentinho.



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VEJA TAMBÉM O CLIPE QUE DEU ORIGEM A HISTÓRIA DO LIVRO:


3 comentários:

  1. Sempre vejo ele, agora deu vontade de ler, parece uma história do estilo que curto e bem interessante e ainda levou 5 estrelas

    Beijos
    www.pimentadeacucar.com

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  2. Fui pesquisar o nome da autora para ver algumas fotos e realmente, também há conheço. Gostei muito da resenha e me interessei pelo livro.

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  3. Oi! Nunca li nada da autora, mas parece-me ser uma obra muito boa, né? Que bom que curtiu a leitura. Abraço!

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