[RESENHA] Os Naturais: Academia dos casos arquivados [Livro #1]

Olá, leitores!

Páginas: 264 | Autora: Jennifer Lynn Barnes | Editora: Alt | Ano: 2024 | Gênero: ficção policial, young adult | Classificação indicativa: +14 | Tradução: Regiane Winarski

Cassie é uma adolescente que atualmente mora com a família de seu pai, tendo perdido a mãe cedo por circunstâncias que são ditas durante a trama. A jovem parece ter um talento natural em ler as pessoas, de uma forma bastante específica para cada um. Seus dias parecem tranquilos demais, mas Cassie ainda sente que precisa de algo, talvez sentir que realmente pertença a algum lugar.

Inesperadamente, Cassie é abordada por Michael, um adolescente no estilo bad boy, que a leva para conhecer seu superior, o agente Briggs, e propor um tipo de treinamento dado por agentes do FBI para pessoas tão jovens. Cassie então é alojada em uma casa com mais adolescentes que possuem habilidades que ajudarão nos casos da polícia. Ela é impulsionada a participar do programa justamente por querer descobrir o que aconteceu com sua mãe anos atrás.

Cassie logo descobre que todos na casa possuem talentos naturais para determinadas questões. Michael consegue ler emoções; Dean é um perfilador, tal qual Cassie; Lia consegue saber se alguém está mentindo; Sloane é uma mestra das probabilidades. Todos aprendem a aprimorar essas habilidades para auxiliar o FBI, embora o contato com cenas de crimes e assassinatos não seja próximo. Tal experiência é dada por meio de casos arquivados, dirigidos pelo agente Briggs, que recrutou Cassie e pela agente Locke, uma perfiladora.

Imaginar adolescentes em uma casa com dons específicos e as possíveis desventuras que poderiam acontecer me fazia imaginar que em algum momento surgiria um perigo em primeira mão. As primeiras semanas de Cassie são ajustadas em treinar com Dean e a agente Locke. A trama mescla o cenário criminal perfeitamente, mas sem dar pistas diretas de um vilão.

A ameaça mais urgente se trata de um assassino em série que está ficando mais ousado gradativamente, e embora a protagonista não possa ter tanto contato com este caso por ser iniciante, em algum momento a curiosidade vence e algo mais imprudente surge. Gostar da personagem é fácil, também é compreensível que ela esteja atrás de respostas pessoais, mas claro que a maneira truculenta com o que quer conduzir a situação nem sempre vale o risco.

As relações dentro da casa possuem altos e baixos. Os personagens são complexos, com bagagem emocional forte. Cassie se vê enredada em um possível romance, configurado em triângulo amoroso, tanto com Michael quanto com Dean. É algo tão natural que ela mal vê chegando. Ambos são diferentes e nem se suportam, mas cada um possui algo que impulsiona Cassie para perto deles. Ter personagens complexos na história é gratificante por dar uma textura capaz de impactar fortemente o leitor nos momentos certos. O primeiro livro termina e alguns mistérios pessoais ainda ficam em discussão, deixando o leitor curioso.

Conforme vai finalizando, a história tende a ficar mais perigosa, principalmente para Cassie. Os segredos vão sendo revelados parcialmente, mas não deixam de ser chocantes. Os capítulos são alternados com visões do assassino, com um tipo de técnica de narrativa utilizada por perfiladores, no livro. No início é complicado para se situar, mas também é gratificante ver o quebra-cabeças tomando forma.

A obra é juvenil, mas tem traços de acontecimentos pesados. Para balancear, o livro também joga migalhas de romance, um triângulo amoroso, que ainda não é resolvido. Todas essas conjecturas prometem ser resolvidas depois, o que me deixa ansiosa para o segundo volume. Os livros são da mesma autora de Jogos de Herança, livros que ainda pretendo conhecer, e por este já tenho certeza que a autora conquistou uma fã de true crime.

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